Doçaria Conventual

Desde a fundação dos conventos, tornou-se usual servirem-se doces no final das faustosas refeições. Eram de deixar água na boca e pouco ou nada tinham a ver com as regras da vida monástica, austera e pouco dada a excessos. O papel que a Igreja manteve, desculpabilizando estes doces pecados, foi fundamental para o desenvolvimento de tão rica doçaria. Além disso o facto de os conventos serem, na altura, as pousadas possíveis, que hospedavam reis e fidalgos durante as suas viagens, obrigava a que estivessem aptos para bem receber os ilustres visitantes. O luxo a que os senhores da corte estavam habituados traduzia-se, entre outras coisas, nos irresistíveis doces e, quanto melhor fossem recebidos, maiores as benesses que entrariam no convento.

O Algarve, onde o clima propiciou o aparecimento dos campos de alfarrobeiras, amendoeiras e figueiras, cujos frutos depois de colhidos secam ao sol nas açoterias, é por exelência, uma região produtora de frutos secos.

Podendo orgulhar-se de possuir uma das mais ricas doçarias entre as províncias portuguesas, pela riqueza e aspecto artístico dos seus doces, natural é que muitos destes vão buscar inspiração ao aproveitamento dos frutos secos, com especial destaque para o figo, para a amêndoa e para a alfarroba mais recentemente.